O presidente de Cuba, Raúl Castro, ofereceu na quinta-feira à noite um jantar de confraternização na Granja do Torto, residência de campo do governo brasileiro, em Brasília. Participaram do encontro o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e diplomatas dos dois países. Entre 20 horas e 23 horas, 28 veículos blindados de autoridades e carros de segurança entraram pela portaria principal, segundo presenciou o Estado. Foi a primeira vez que a residência oficial serviu de local para uma confraternização promovida por um chefe de Estado estrangeiro. No Brasil para o encontro do Brics com líderes da região, Castro pediu ao governo brasileiro para se hospedar na Granja do Torto. Os demais 17 chefes de Estado e de governo que estiveram na capital federal ficaram em embaixadas e hotéis.
Em nota, a Secretaria de Imprensa do Planalto informou que "despesas relativas à estadia" foram bancadas pelo governo cubano. "A Presidência da República apenas cedeu a hospedagem ao presidente de Cuba. Todas as despesas relativas à estadia ficaram a cargo do governo cubano", destacou o comunicado. Procurada para comentar sobre a recepção no Torto, a Embaixada de Cuba em Brasília não retornou o contato.
Fontes do governo brasileiro disseram que Raúl trouxe de Havana e da embaixada de Cuba o pessoal que trabalhou no jantar, especialmente o cozinheiro - medida considerada de segurança.
A equipe de apoio do cubano causou mal-estar entre os servidores da Granja do Torto. Seguranças de Raúl queriam fechar a área reservada à imprensa no gramado em frente à portaria, onde o Planalto construiu um abrigo para jornalistas. A segurança de Cuba se irritou com um funcionário da Presidência que estacionou o carro, como de costume, no estacionamento da parte externa.