Alckmin abre mão de tempo do PTB para lançar Serra

Governador teve de desfazer acordo formal com partido aliado a fim de garantir condições para colega tucano na disputa por vaga no Senado

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Por Pedro Venceslau
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, sacrificou parte de seu tempo de TV na propaganda eleitoral para garantir o correligionário e ex-governador José Serra como candidato a senador em sua chapa. Apesar de ser aliado de Alckmin, o PTB, "dono" de 31 segundos em cada bloco de 20 minutos, deixou ontem formalmente a coligação porque decidiu lançar um nome próprio ao Senado. Depois de consultar Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os tucanos concluíram que a candidatura avulsa implodiria o tempo de TV de Serra. Os advogados da sigla explicaram que a soma do tempo de TV dos partidos da coligação de Alckmin só poderia ser usada na campanha para senador se todas as 15 legendas da coligação estivessem juntas nas duas disputas - Senado e governo estadual. "Se você tem 15 partidos em uma coligação (para governador) e um deles sai (sozinho) para o Senado, não fica o tempo dos 14, fica só o do seu (partido). Não me parece lógico isso, mas foi uma mudança da legislação", afirmou ontem o próprio governador na saída de um evento na capital. "Havia uma preocupação de conseguir unir esses partidos", destacou Alckmin. Ainda segundo o tucano, a vaga do Senado sempre esteve reservada para Serra. "Ele queria ser candidato com um bom tempo de televisão e isso conseguimos viabilizar", afirmou. Como o PTB insistiu em lançar para o Senado Marlene Machado, mulher do presidente da sigla no Estado, o deputado estadual Campos Machado, os tucanos foram então obrigados a retirar o partido da coligação. "Nós tentamos até o último momento (manter o PTB na coligação de Serra), mas não foi possível. Nós abrimos mão dos 31 segundos, mas não do apoio deles", afirmou o deputado federal Duarte Nogueira, presidente estadual do PSDB. 'Oficiosamente'. Presidente do PTB paulista, o deputado Campos Machado disse que a sigla apoiará "oficiosamente" a campanha de Alckmin. "A candidatura da Marlene é irreversível, mas darei apoio incondicional para o Alckmin", afirmou. Na semana passada, outras legendas aliadas do governador ameaçavam seguir esse caminho. Serra avisou então que desistiria do Senado e disputaria a Câmara porque não aceitava entrar na disputa com pouco tempo de TV. Depois de seis horas de reunião, que durou até a madrugada de ontem, Alckmin conseguiu amarrar o apoio de todas elas, menos do PTB. Sem o aliado, o tucano caiu de 5min17s para 4min16s, contra 5min37s de Paulo Skaf (PMDB) e 4min10s de Alexandre Padilha. O deputado diz que Serra terá 2min45s diário na TV na campanha em cada bloco de 10 minutos. A propaganda dos candidatos ao Senado é dividida com o espaço reservado aos candidatos a deputado federal e estadual e conta com metade do tempo dos postulantes ao governo estadual. / COLABOROU RAFAEL BASSEGIO

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