Curitiba - Depois de 20 dias de uma greve de professores que paralisou todas as escolas estaduais do Paraná, o governo Beto Richa (PSDB) decidiu partir para o confronto. A administração estadual informou que vai enviar ainda nesta sexta-feira uma representação à Justiça para que a greve seja considerada ilegal. Segundo o governo, a APP Sindicato, que representa a categoria, teria quebrado um acordo feito na reunião de quarta-feira, quando atendeu várias reivindicações dos grevistas.
O sindicato ainda não foi notificado, mas nega a quebra do acordo. Embora o governador tivesse esperanças de que as aulas voltassem ao normal na segunda-feira, somente na quarta-feira os grevistas vão se reunir em assembleia para decidir os rumos do movimento.
"Não houve acordo. O que houve foi uma proposta do governo que será avaliada pela categoria na quarta-feira. Não assinamos nada", disse o coordenador de Comunicação da APP Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues.
No início do mês os professores decidiram entrar em greve para cobrar o pagamento de férias atrasadas, rescisões contratuais não pagas e a manutenção de outros benefícios que o governo ameaçou retirar em um pacote de medidas de ajuste fiscal. Segundo os professores, ainda não foram atendidas outras reivindicações, como o cancelamento da mudança no regime de previdência dos servidores paranaenses, pagamento de R$ 100 milhões referentes a promoções e progressões de carreira atrasados desde o ano passado e questões ligadas à organizações das escolas.
Já o governo de Richa, que enfrenta uma grave crise de caixa, considera todas as reivindicações atendidas.
O movimento grevista, que ocupou duas vezes a Assembleia Legislativa do Paraná e levou milhares de pessoas ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, na quarta-feira,obrigou Richa a retirar da pauta do Legislativo dois projetos de lei que previam cortes de gastos. O governo espera uma decisão da Justiça sobre a legalidade da greve ainda no final de semana.