Sem fronteiras

Decoração dispensa divisórias nos ambientes da Casa Cor Rio

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Por Marcelo Lima
Atualização:

Quando surgiu em Nova York, entre as décadas de 1950 e 1970, a ideia de converter galpões industriais desativados em moradias não passava de uma solução de emergência para atender à necessidade de jovens em busca de habitação urbana por valores abordáveis. Com o passar dos anos, porém, a prática se sofisticou. Ganhou o mundo, virou notícia e conquistou muitos - e ilustres - adeptos. 

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Assim, em pouco mais de meio século, potenciais interessados em habitar espaços amplos, bem localizados e a bom preço viram rarear a oferta de locações do gênero. Ao mesmo tempo, lofts espalhados pelas grandes metrópoles do mundo inspiraram lançamentos imobiliários, passaram a figurar nas páginas das revistas de decoração e terminaram, por fim, por traduzir um estilo particular de vida. 

Via de regra, em meio a ambientes conjugados, estruturas e condutores quase sempre aparentes, paredes sem revestimento e, claro, um mínimo de divisórias. Fossem quais fossem as dimensões do imóvel em questão. 

“Hoje, conceber interiores em continuidade, sem barreiras internas fixas, mesmo visuais, não é mais um problema para os designers. Mas uma oportunidade aberta para que eles exerçam sua criação”, declara a empresária carioca Patrícia Meyer, da 3Plus, empresa organizadora da Casa Cor Rio, que abriu as portas na quarta-feira passada e fica em cartaz até 7 de dezembro, no Casa Shopping, na Barra da Tijuca.

Um edifício com fachada de vidro, 5 m de pé-direito e vista para a Pedra da Gávea e para as lagoas do bairro, o que, por si só, já justificaria um tratamento mais contemporâneo dos espaços por parte dos profissionais. Mas que, na prática, contribuiu para um quase predomínio de espaços abertos entre as propostas apresentadas. Isso quer se trate de um estúdio de 40 m² ou de um loft completo, com mais de 100 m². 

A ideia de abolir completamente divisórias internas dos ambientes assume contornos explícitos nos lofts projetados por Monica Penaguião (foto acima) e pelo trio Roberta Moura, Paula Faria e Luciana Manbrini: espaços nos quais a área do banho aparece separada do resto da ambientação apenas por uma cortina de tecido.

Ganha uma abordagem menos radical nas propostas de Paula Neder, Mario Santos, Caco Borges e da dupla Paloma Yamagata e Bruno Rangel. Mas não está menos presente nos espaços projetados por Luiz Fernando Grabowsky, Paola Ribeiro ou mesmo de Dado Castello Branco, paulistano que em sua primeira participação na Casa Cor Rio resolveu posicionar uma mesa de pingue-pongue no centro de sua sala de estar. 

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“Me chamou muito a atenção a maneira como os profissionais (ao todo, são 45 escritórios participantes desta edição) conseguiram conferir uma conformação residencial verdadeiramente acolhedora a seus ambientes, mesmo diante de um edifício com pé-direito e esquadrias tão pronunciados quanto esse”, destaca a sócia de Meyer na 3Plus, Patrícia Quentel, que, mais uma vez , viu com bons olhos a opção por uma locação na zona oeste carioca para sediar o evento. “Trata-se da região que mais cresce na cidade. Sem dúvida, nosso maior mercado potencial”, conclui. 

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